quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Sobre beijos [?]

Ontem teve uma postagem coletiva com o tema "Kiss me", eu estava fazendo minha última final na faculdade,[estou de férias!! aeaeaeaeae] por isso não pude participar, mas já que é assim, vou falar sobre beijo. Não vou falar de primeiro beijo porque o meu primeiro beijo foi humilhante demais para ser exposto assim - eu sou cara de madeira, mas não tanto. Vou falar do segundo beijo. Não do segundo beijo cronológico, porque ele foi igualmente traumático, mas do primeiro segundo beijo depois de ter dado um primeiro beijo em alguém. Será que deu pra entender?
Se tem uma coisa que eu sei nessa vida, é que meninas podem ser muito cruéis, principalmente com os caras feios. E como eu era* um cara feio, elas eram cruéis comigo também. Porque como a maioria dos caras feios, eu era um bobão que se apaixonava em um piscar de olhos. Bastava a menina sorrir de um jeito simpático, rir de uma piada minha ou me desejar "bom dia" e me pedir um lápis emprestado em um mesmo dia. Esse tipo de cara, ou melhor, esse meu tipo é essencial para auto-estima feminina, sabe? Por causa de caras como eu, elas têm certeza que são bonitas e se sentem bonitas [e ficam ainda mais bonitas por isso]. Porque os caras "descolados" [vamos colocar dessa forma] são narcisistas e estão sempre preocupados com a própria aparência - eles vivem de aparência -, então não importa realmente se a menina é linda ou só engraçadinha, o importante é que  o venere e pague um pau direitinho.
Eu perdi as contas das vezes que as meninas ficaram comigo para provocar ciúme "nos descolados"; pra fazê-los notar sua presença. Mas é lógico que elas não me contavam qual era a intenção. Começavam a me dar bola, a sorrir pra mim, me encher de esperanças de quem alguém estaria finalmente apaixonado por mim [só essa possibilidade já fazia eu me apaixonar], ficavam comigo e no outro dia diziam que tinha sido apenas uma curtição - ou porque o ciúme fizera efeito, ou porque não fizera e eu não servia nem pra isso.
Como podem ver, mulheres também sabem ser canalhas. Aliás, eu acredito que a canalhice vem com a beleza, pessoas bonitas são naturalmente canalhas, e pessoas feias fingem que são canalhas para justificar porque estão sempre com alguém diferente, mas a verdade é que ninguém quer ficar com eles uma segunda vez. E esse era meu problema, meu trauma maior, a frustração da minha vida. Eu beijava muitas meninas [considero todos os beijos de um primeiro encontro como primeiros beijos], mas nunca as beijava um segunda vez. O pior é que eu sabia que meu beijo não era ruim, porque nos primeiros encontros elas me beijavam muitas vezes e com muita vontade - a gente sabe quando uma menina está gostando. Até hoje eu não sei o que eu fazia de errado. Acho que eu demonstrava interesse demais, demonstrava que não era "apenas uma ficada" pra mim. Algumas meninas achariam isso "fofo", só que eu demorei muito tempo até encontrar alguém que pensasse isso. Mas tudo bem, porque quando eu encontrei, valeu à pena toda a espera [eu ia contar como foi, mas já escrevi demais e estou com sono porque acabei de chegar da farra]. Ela foi minha primeira namorada, a primeira mulher - era mais velha - que tinha dado valor ao meu sentimento. E se tem outra coisa que eu sei, é que depois da primeira namorada tudo melhora. As primeiras namoradas são um portal para o mundo das namoradas. As meninas começam a se perguntar "porque aquela menina linda namora com aquele cara feio?", e passam a reparar e procurar tanto alguma razão que explique esse fato sobrenatural, que acabam encontrando. Descobrem que há coisas além da capa, e que essas coisas podem sim substituir a atração meramente  ocular.

*Ainda sou feio, mas agora tenho experiência ;)
Vou parar por aqui. Perdoem os erros ortográficos e boa "noite".

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Noites de um verão qualquer;

“Não pergunte sobre meu passado” Eu disse.

Ela não perguntou. Acho que pensou que eu tinha passado por algum grande trauma, porque passou o resto da noite me encarando com olhos de pena. Se eu tivesse passado mesmo por algum grande trauma eu odiaria que me olhassem daquela forma, mas como não era o caso, tirei proveito da situação.

O nome dela era Letícia. Não que eu me importasse realmente com nomes, mas homens que não perguntam o nome são mal vistos pelas mulheres. Não sei por quê. Quer dizer, talvez eu saiba. Mulheres gostam de ser enganadas. Se a gente diz que quer passar apenas uma noite, dão chilique e chamam de canalha. Mas se a gente mente, diz que quer um caso sério só pra passar uma noite, elas adoram, porque quando a noite acaba elas podem se enganar e passar horas esperando o telefone tocar. Há quem chame isso de romantismo; eu chamo de masoquismo.

Conversamos por mais de duas horas. Eu não gosto muito de conversar quando não tenho interesse em compromisso, mas ela gostava de Led Zeppelin, AC/DC e Pink Floyd, e bebia conhaque como se fosse água. Achei que merecia um desconto. Falamos até sobre cinema... Combinamos de fazer uma sessão especial do Poderoso Chefão qualquer dia, mas só porque eu preciso mostrar pra ela que o primeiro filme, apesar do que diz a crítica e os idiotas metidos a cinéfilos, é imbatível.

Depois de tanta conversa, eu fui ficando impaciente. Fui me aproximando com jeito e calei a boca dela, que devia ter algum defeito, porque não parava de falar. Eu me perguntei: “será que ela não sabe que bocas servem para outras coisas?” Mais tarde eu descobri que ela sabia. Fomos pra minha casa no meu carro, e eu quase bati três vezes por ela saber usar a boca bem demais. Só pra deixar claro, eu não costumo levar nenhuma mulher pra minha casa, não pra passar só uma noite. Depois que elas descobrem nosso endereço não tem mais salvação. Mas Letícia contou que morava com os avós e tal e coisa e eu achei que não pegava bem. Depois eu dizia que aquele era o apartamento de algum amigo e me livrava dela.

Durante o resto da noite as coisas só melhoraram. Descobri que ela era uma águia na cama, ô mulherzinha insaciável. Eu nunca encontrei alguém que me fizesse pedir penico, mas com ela foi quase. Deixamos o sexo no stand up e fomos jogar poker, o que levou a mais sexo, o que levou a mais poker, o que levou a mais sexo e mais poker, e mais sexo, e mais poker. Tenho que confessar que fiquei impressionado por ela ter ganhado de mim quase todas as vezes, porque eu geralmente sou implacável. Não lembro bem – porque bebi demais – mas devo ter deixado ela ganhar. Além do mais, ela ficava me distraindo com a porra daquele batom vermelho que ela retocava o tempo inteiro. Provavelmente ela sabia que ficava incrivelmente sexy com os lábios entreabertos daquele jeito.

Adormecemos no tapete da sala mesmo. Só faltava uma lareira pra ser cena de filme, mas era verão e estava muito quente. Eu acordei com uma dor de cabeça do caralho, mas fiquei de olho fechado, fingindo que ainda estava dormindo, enquanto ensaiava a desculpa que eu daria quando Letícia perguntasse quando a gente se veria novamente. Mas pensei direito e achei que não faria grande mal se a gente se encontrasse algum outro dia... Sem compromisso, claro. Ou talvez a gente pudesse ter uma relação aberta ou qualquer coisa do gênero.

A surpresa veio quando eu finalmente abri os olhos. Procurei-a em volta, no banheiro, no quarto, na cozinha. E encontrei o único vestígio dela na geladeira: “Não pergunte sobre o meu passado”. Eu era o passado dela agora.

[A paixão pode ser avassaladora. Muitos amores começam logo os gatos saem a noite, e acabam-se com o canto do cotovia. Postagem coletiva de amigos].

Desafio coletivo "Uma noite de verão".
Outros textos de Pâmela Andrey Brugger,
Fernanda, Maria Fernanda, Alan Félix e Natália.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Presente de natal

Meu problema com natal é coisa antiga. Tudo começou quando eu pedi um Autorama para papai noel e ele me deu cuecas. Eu perguntei para minha mãe porque papai noel não tinha me dado um Autorama, e ela disse que papai noel estava ficando velho e que provavelmente tinha trocado a minha carta com a carta de algum outro Matheus.
Na segunda feira, quando eu fui para o colégio, eu ouvi o outro Matheus da minha turma (mas todo mundo pensava que ele era o único, porque só me chamavam se Sobral) dizendo que tinha ganhado um Autorama de papai noel. Em qualquer outra situação isso não seria um problema, até porque, naquele tempo, todo mundo queria um Autorama; acho que metade dos meninos da minha turma tinham ganhado um Autorama também. Mas, graças a minha mãe, eu pensei que o outro Matheus - três vezes maior que eu, na altura e na largura - tinha ganhado o meu Autorama por engano, e eu estava com as cuecas dele.
E lá fui eu, feliz e saltitante, pensando estar prestes a desfazer um grande mal entendido, e crente de que o outro Matheus estava realmente frustrado por não ter ganhado as cuecas branca, preta e cinza que ele tanto queria. Eu contei pra ele o que tinha acontecido; disse que a gente podia trazer os presentes no dia seguinte para destrocar. Foi aí que o outro Matheus riu de mim. E os "pagadores-de-pau" do outro Matheus riram de mim. E as meninas mais bonitas da sala, também "pagadores-de-pau" do outro Matheus, riram de mim. Eu fiquei tão envergonhado, que acho que fui diminuindo até ficar invisível, porque quando pararam de rir, passaram a ignorar minha presença. Um murro teria doído menos. Cheguei em casa chorando e contei para minha mãe. Sabe o que minha mãe fez? RIU de mim (é meu carma) e me contou que papai noel não existia, e que ela tinha me dado as cuecas porque já tinha elas guadadas e não tinha tido tempo de comprar o Autorama. Agora não dava pra ela ter contado isso antes?
Mas esse foi só o começo. É obvio que a minha família não me deixaria esquecer de uma história como essas. Por isso todo natal eu ganho cuecas, e todo mundo se reúne em volta da mesa para relembrar a história do dia em que Matheus foi tirar satisfações com outro Matheus porque pensou que papai noel tinha trocado as cartas.
Eu sei, eu sei, podem rir de mim.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Piada

É realmente engraçado quando você superestima sua importância, e acaba se sentindo um idiota.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Férias de verão

Mulheres são mal-intencionadas. Isso é um fato. Elas estão sempre um passo a frente de nós, sempre planejando o que vem depois, e o pior é que geralmente conseguem tudo que querem, seja por greve de sexo ou joguinhos de sedução. Isso é claro, se a mulher em questão não for sua mãe. Porque se for, considerando que ela não seja incestuosa, só restará uma forma de ela conseguir o que quer: chantagem. E convenhamos que chantagem de mãe é a mais baixa que existe, né? Elas começam a falar sobre como nós - filhos - estamos independentes, de como nós não precisamos mais delas, e de como elas se sentem solitárias. Dizem tudo isso para nos sensibilizar, preparando o terreno, e depois jogam a bomba:
- Você vai passar as férias comigo na casa da mamãe na puta que pariu em Morro de Chapéu!!!
Você, que não é da Bahia, com certeza não conhece essa cidade. E mesmo quem é daqui, pode não conhecer sem sentir o menor ressentimento. Isso porque eu acho que Morro de Chapéu nem está no mapa! É uma terra de ninguém, fria pra caralho, cujas ruas parecem que são habitadas por fantasmas nos fins de semana. Quem já se viu isso? Fim-de-semana em Salvador é um inferno! Música por todo canto, bares lotados, fila do cinema dando volta na praça de alimentação... Os terráqueos normais costumam aproveitar o fim-de-semana para fazer coisas prazerosas, mas os terráqueos que habitam Morro de Chapéu não, eles preferem ir a igreja, agradecer ao senhor pelas bênçãos concedidas durante a semana. Mas, de boa, QUE BÊNÇÃOS? Acordar cedo, trabalhar o dia todo, assistir televisão - ajeitando a antena toda hora - e dormir sem trepar porque a mulher tá cansada de tanto fofocar no portão com a vizinha? Faça-me o favor. A única coisa boa em ir pra lá, era que as menininhas eram cheias de fogo, devido a rédea curta dos pais, e todo mundo sabe que tudo que é proibido da mais tesão. Mas agora eu sou um cara comprometido, e como sou muito fiel - não estou sendo irônico -, vou ter que deixar as menininhas na mão. O que significa que o tédio vai ser ainda maior, já que minha mãe vai ficar no meu pé para eu não beber nem fumar. Claro que eu vou beber e fumar, mas vou ter que fazer isso longe dela, se eu não quiser ficar ouvindo sermão. E eu com certeza não vou querer... Até porque, já estou prevendo, minha Vó vai fazer chantagem também, dizendo que está quase morrendo, e vai pedir para eu ir com ela a igreja, para carregar o guarda-chuva.
Enfim... Os próximos posts muito provavelmente serão tão enfadonhos quanto minhas férias - eu já mencionei que a internet lá é discada? Minhas férias de verão vão ser no inferno (gelado!).

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Jogos da memória

Tem uma menina que estudava comigo, que eu sempre achei linda. Se eu não me engano, ela era modelo na época da escola... Lembro até que ela foi escolhida para fazer propaganda do colégio, e de um dia pro outro tinha fotos dela em outdoors e nos ônibus pela cidade. Eu me gabava com meus pais, dizendo que ela era uma amiga minha - não sabiam eles que nós fomos da mesma turma por cinco anos, e que a única vez que eu falei "com ela", foi quando o professor mandou eu fazer a chamada. Mas isso não importava, porque eu sabia o nome dela, sabia o nome das amigas dela, o curso que ela ia fazer pro vestibular, e sabia até a estampa dos sutiãs dela (só porque a farda era branca e dava pra ver hehe)... ou seja, eu podia muito bem me passar por um grande amigo dela, mesmo que ela não soubesse nem meu nome.

Pois bem... O tempo passou, eu entrei na faculdade, superei o trauma de nunca ter falado com a menina que eu considerava a mais bonita do colégio, e nunca mais pensei nela, ou no sutiã de florzinhas coloridas que ela costumava usar. A última coisa que eu soube dela, foi que ela estava fazendo Direito na Católica e tentando passar na UFBA.
Só que hoje o impossível aconteceu. Eu estava mais feio do que o meu normal, com uma daquelas bermudas floridas de "surfista" e uma blusa de propaganda do banco do brasil, com um boné de propaganda de remédio, havaiana branca encardida e uma espinha imensa bem no meio da testa. Resumindo, eu não poderia ter ido mais esculhambado pra farmácia, comprar Vitamina C pra minha mãe (ela agora inventou que Vitamina C faz bem pra flacidez, e tá detonando um potinho efervescente por semana). E ainda assim aquela menina - bronzeada sem estar vermelha, mais alta do que eu (o que não é difícil), e de cabelos loiros e ondulados - não apenas me reconheceu, mas me chamou por nome E sobrenome! Quando, na minha vida inteira, eu imaginaria que aquela menina saberia meu sobrenome? Pois é.
Eu não olhei pra ela imediatamente, por causa da espinha, e nem precisava olhar pra saber que era ela, porque eu passei 5 anos sentando atrás dela e ouvindo ela falar mal da professora de biologia. Mas ela pegou no meu ombro, forçou uma visão frontal, e... Foi a maior decepção da minha vida. Tinha alguma coisa muito diferente nela, mas eu não conseguia identificar o que era. O cabelo ainda era o mesmo, a pele de bunda de nenem, até as unhas ainda eram gigantes e pintadas e vermelho... O que estava diferente?
Acho que ela percebeu a minha cara de quem tá procurando milho inteiro em bosta de galinha e me poupou mais alguns minutos de análise frenética. "O que foi? Você ainda não tinha me visto depois da plástica?" Ela perguntou isso enquanto passava a mão no queixo. Era isso, sei lá o que ela tinha feito no queixo, mas ficou muito esquisito. E mesmo assim, ela parecia muito feliz e satisfeita.

Não sei porque essas meninas são tão obcecadas por detalhes... O que um queixo assim ou assado pode contribuir ou prejudicar a beleza de alguém? Eu sou a favor da beleza natural. Cabelos naturais, nariz natural, QUEIXO natural... Essas pessoas ficam brincando de Deus, mudando uma coisa aqui e outra acolá, e acabam estragando o que - poderia não ser individualmente bonito - mas estava em harmonia.
Bom, a verdade verdadeira, é que o encontro de hoje acabou com uma das minhas maiores fantasias do passado, e embora hoje em dia eu não precise mais delas, é muito frustrante ver algo que eu gostava e achava bonito ser completamente distorcido. É como quando eu assisti o filme do Pokemon semana passada... Eu lembrava que era muito foda, e eu me amarrava em assistir, mas agora descobri que eu só gostava porque era cuzão demais. Ou seja, frustrante. A partir de hoje, vou lembrar de deixar o passado no passado.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pessoas-conforto

Você já ouviu falar em alimentos de conforto? Aqueles que você come para se sentir melhor, quando está angustiado ou com problemas...? Pois é, com pessoas é bastante parecido, você só não pode comê-las com conforto (ou pode).

Tomemos o exemplo dos chocolates: todo mundo come chocolate quando está deprimido, triste e desgastado (em Harry Potter os chocolates inibem o efeito que os dementadores causam nas pessoas hehe). Da mesma forma, quando você pensa que nunca vai ser feliz novamente, você olha pras pessoas conforto. Claro que sua mãe (e em muitos casos o seu pai também), na maioria das vezes, se qualifica para ser uma pessoa-conforto (não saia por aí dizendo que eu mandei você comer sua mãe), mas ela não é um pedaço de chocolate que você pode carregar no bolso e dar uma mordida sempre que precisar. Por isso, você precisa encontrar novas pessoas conforto ao seu redor.
É onde os amigos entram em cena. Eles são o seu conforto portátil. Você pode encontrar amigos em toda parte, e pelo menos um deles - pela lei da probabilidade - deve ser capaz de curar sua tristeza. Entretanto, existem algumas pessoas que são uma espécie de “chocolate humano”.

Permitam-me discorrer sobre o tema:

Quando se trata de comidas conforto, varia muito de pessoa para pessoa. Por exemplo, quando eu estou deprimido eu gosto de devorar um pote de sorvete, mas outra pessoa, na mesma condição, poderia preferir comer batata frita. Contudo, existem comidas, como chocolate, que podem animar a quase todos, independente da natureza e da magnitude da calamidade.
Da mesma forma [2], existem algumas pessoas podem ser as “pessoas conforto” de qualquer um - não importa se você é apenas um conhecido para elas. Você olha pra elas e sente que, com elas, você pode falar sobre qualquer coisa que o aflija. Essas pessoas são relativamente raras, e uma vez que todos querem um pedaço delas, elas se tornam de difícil acesso.
Então, se você for um grande amigo ou namorado de uma dessas pessoas (o que é teoricamente bom), prepare seu sistema para superar algumas coisas sem ela, porque ela provavelmente possui outros grandes amigos que podem estar precisando de mais conforto que você. Eu sei que é uma coisa dificil de se fazer, afinal de contas, quem gosta de dividir um chocolate suíço caro? Mas é a vida (ela não pode ser justa para todos).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Miopia

Quando o universo inteiro conspira para um determinado fim, o seu insignificante esforço humano para impedi-lo está fadado ao fracasso. Como eu amaldiçoei meu destino! E agora não posso deixar de agradecer. Eu acho que há uma porção de significados para a frase "aconteça o que acontecer é para seu próprio bem". Quando todas as peças se encaixam, eu começo a ver o quadro completo, e (só) então percebo que fui um burro em lutar contra isso o tempo todo. Uma após a outra, as coisas que caíram em seus devidos lugares. Miopia é uma maldição. Mas não havia nenhuma maneira de eu prever o que estava por vir. Algumas coisas estão destinadas. Você não pode mudá-las.

Declaração de amor.

A coisa com o Led Zeppelin, é que a gente pensa que os conhece, mas cada vez que a gente escuta, experimenta uma sensação completamente diferente. Uma música feita para nos tocar e ao mesmo tempo nos confundir sobre esse toque.
A primeira vez que ouvi “Thank you” foi quando eu estava assistindo ao concerto do Tributo a Freddie Mercury, mas apenas há alguns dias eu percebi como ela podia fazer sentido. Aparentemente, esta foi a primeira canção cuja letra foi composta unicamente por Robert Plant. E, por motivos óbvios, eu adoro(ava) a música. Bela letra, e uma melodia que assombra muito. Robert Plant adora fazer isso conosco. Como seria a vida sem Led Zeppelin? Tenho muito medo de contemplar esse mundo alternativo.

Aqui vai a música, pra quem quiser ouvir:


E a letra, pra quem quiser cantar enquanto ouve:

If the sun refused to shine,
I would still be loving you.
When mountains crumble to the sea,
There will still be you and me.

Kind woman, I give you my all,
Kind woman, nothing more.
Little drops of rain whisper of the pain,
Tears of loves lost in the days gone by.
My love is strong, with you there is no wrong,
Together we shall go until we die.
My, my, my, an inspiration is what you are to me,
Inspiration, look see.
And so today, my world it smiles,
Your hand in mine, we walk the miles,
Thanks to you it will be done,
For you to me are the only one.
Happiness, no more be sad,
Happiness....Im glad.

Led Zeppelin é a maior banda que já existiu. Sim, eles são melhores que o Pink Floyd (que vem muito perto, em segundo), The Beatles, AC/DC, The Doors, The Who, The Rolling Stones e as outras bandas de rock. Mas se você não pensa assim, eu não poderia me importar menos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Terapia do riso o caralho!

Vai fazer 4 meses que estou fazendo terapia, e cada dia eu tenho mais certeza de que isso é inútil. Eu já teria saído há muito tempo, se não fosse minha mãe me azucrinando...
Não que eu faça pouco dos pisicólogos e psiquiatras; talvez o problema nem seja eles, seja eu. Mas independente de quem é o problema, eu preciso dizer: NÃO ESTÁ FUNCIONANDO!

Hoje quando eu cheguei na sala da Drª Érica, eu estava levemente mau humorado. O dia estava muito, muito quente, e eu tinha acabado de passar quase meia hora dentro de um ônibus lotado, com uma mulher me encarando porque eu estava "me esfregando" nela. Provavelmente ela não percebeu que estava todo mundo se esfregando em todo mundo, e nem pensou que eu não estaria tão enfezado se tivesse uma ereção pra cada bunda que roçasse em mim, já antes de sair ela me deu uma bolsada no saco e ainda ficou rindo, se deliciando com a minha agonia de não poder nem me dobrar pra aliviar a dor, porque se eu fizesse isso eu acabaria cheirando o cu de outra mulher, que provavelmente me daria também uma bolsada na cabeça... Como vêem, as mulheres que andam de ônibus podem ser muito violentas e egocêntricas, tanto que não notam que não há nada de excitante em um ônibus lotado às 11 horas da manhã!
Mas voltando. Eu cheguei levemente mau humorado, e não era preciso ter pós graduação em comportamento humano para perceber isso, mas é claro que a Drª Érica fez aquela incrível percepção parecer com uma vidência:
- Matheus, querido, vejo que hoje você está muito inquieto, aborrecido... Aconteceu alguma coisa?
Imaginem vocês que ela disse isso cruzando os dedos abaixo do queixo, como aquelas médicos malucos dos filmes.
Eu, que não estava com paciência nem para mentir, contei do incidente do ônibus e acrescentei que a minha mãe não tinha deixado eu sair com o carro porque ela ia para o salão (lembrando que o salão fica na nossa rua) e não podia voltar andando por DOIS quarteirões, porque iria bagunçar sua escova.
Nesse momento, um silêncio tenso ocupou a sala. Eu esperava que ela fosse dizer algo para me tranquilizar, colocar uma musiquinha relaxante, me indicar um drama, me fazer um cafuné, uma massagem... ou até mesmo começar a falar, como ela sempre faz, porque aí eu ficaria com sono e esqueceria das merdas que tinham preenchido meu dia até então.
Mas ela não fez nada disso. Do nada, a louca começou a rir. Mas não essa risadinha simpática que vocês estão imaginando... Não, era uma risada escandalosa! Ela estava ficando com falta de ar de tanto rir. Até pediu para assistente trazer pra ela um copo de água para ela se acalmar, porque não conseguir para de rir (DA MINHA CARA!). Eu fiquei lá, só olhando pra ela, sério, com uma vontade imensa de mandá-la visitar a puta que cometeu o crime de parir alguém com uma risada de cavalo feito a dela.
Depois de 10 minutos de risada, ela pediu desculpas, e falou pra gente prosseguir com a nossa conversa da semana passada. Mas toda vez que eu começava a falar, ela ria. E pedia desculpas. E ria. E pedia desculpas. E ria. E mais desculpas. E ria. Até que eu cansei brincar de idiota e disse que ia embora. Ela pediu desculpas. E riu. E disse que compensava na semana que vem.

Resultado... Eu, que cheguei levemente mau humorado, fui embora MUITO mau humorado.
ELA QUE PENSE QUE EU VOU VOLTAR SEMANA QUE VEM!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Locket Love

Eu ando com preguiça de escrever nesse blog. Começo a achar que minha vida não é tão legal assim para ser exposta na internet. Se eu fosse colocar aqui como são os meus dias, atualmente, provavelmente seria rotulado de nerd entediado.
O problema é que antes eu tinha motivos para sair todas as noites, beber para afogar as minhas eternas fossas, e procurar alguma garota [que nem precisava ser tão bonita ou tão inteligente assim] que me disse bola para eu desafogar um pouco também. Só que agora nada disso faz sentido. Eu não preciso mais beber três grades de cerveja [cerveja mesmo, porque é barato] para esquecer a cara feia da mulher que eu peguei. Nem preciso ficar forçando um sorriso o tempo todo e ficar inventando um assunto desinteressante para atrair alguém. Pelo contrário, agora eu quero é não beber, para lembrar de cada detalhe das feições da minha garota. E com ela eu não preciso forçar nada, é tudo espontâneo e é tudo naturalmente divertido, então meus sorrisos são todos reais.
Vocês podem dizer que estou sendo precipitado. ELA pode dizer que eu estou sendo precipitado, e eu nesse momento eu estou correndo o risco de assustá-la irremediavelmente, mas eu não vou medir palavras [cansei de medir palavras]. Eu soube desde que ela me sorriu depois do primeiro beijo que seria ela, e que ela seria pra sempre. Por isso eu tenho dedicado os meus dias principalmente a ela, e ao estudo, porque eu sei que eu sei que isso é meu futuro. Eu quero estudar muito para conquistar todo o resto de sonho que restou pra mim, já que ela vem realizando a maior parte deles diariamente. E quando eu estiver empregado, ganhando muito dinheiro e morando com ela num apartamento pequeno em frente ao mar, aí eu não vou querer mais nada [só uns três filhos, talvez].
E tudo bem se quiserem me rotular de nerd obcecado. Ou apaixonado, se quiserem ser mais sutis.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Arranque seu apêndice!

O processo na verdade foi muito rápido: em um dia eu senti uma dor muito forte do lado direito, e no outro dia a noite eu já estava sala de cirurgia, pelado, enquanto faziam um corte no meu abdomem e retiravam um orgão inútil e mal agradecido que eu abriguei por 20 anos dentro do meu corpo. Não, a ênfase ao "pelado" não foi para instigar a sua (você mulher) imaginação, é que foi realmente muito constrangedor o fato de eu ter que passar o pré, o intra e o pós operatório sem poder usar uma roupa decente. Porque aquelas roupinhas de hospitais nunca cobrem a bunda? Pretendo inciar um pretesto sobre isso, assim que eu puder mijar sozinho novamente.
Contudo, esse não é um post para falar da minha experiência cirurgica, mas uma campanha de erradicação dos apêndices. Pra que serve um apêndice? Se ele possuísse alguma função indispensável eu estaria morto agora, e, pelo contrário, eu me sinto muito vivo (de que outra forma, se não vivo, eu sentiria essa maldita fisgada na barriga toda vez que mexo a perna?), e vou, inclusive, viver muito mais tranquilo de hoje em diante, com a certeza de que nenhum apêndice vai inchar silenciosamente dentro do meu corpo e explodir, me presenteando com uma passagem só de ida para o outro mundo.
Meus filhos, por exemplo, arrancarão seus apêndices na primeira oportunidade. Se tiverem que arrancar um dente, se tiverem adenoide, fimose, QUALQUER COISA, eu aproveito a anestesia geral e mando arrancarem o apêndice. E aconselho que todos façam o mesmo com seus filhos. Ou melhor, aconselho que todos tirem seus apêndices independente das oportunidades... A cirurgia é simples, e você estaria evitando uma sucessão altamente desagradável de dores e vômitos.
A propósito, vamos aproveitar a deixa para arrancar todos os outros apêndices da nossa vida. Quantas não são as coisas que deixamos em nós/conosco apenas esperando o dia em que apodrecerão e terão que ser arrancadas a força? Aquele velho amor que não se consegue deixar pra trás, aquele lençol que se usava pra dormir e que agora é um reservatório de ácaros... Quer saber? Hoje mesmo eu começo uma faxina na minha casa.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Confesso:

Cansei de andar na contra-mão.
De hoje em diante, quero andar de mão dadas.

domingo, 23 de agosto de 2009

Meme

Eu procurei no google o que era meme - que me foi gentilmente indicado por Agatha - e encontrei umas definições muito estranhas. Sendo assim, achei melhor deixar a definição pra lá. Nós não precisamos saber a definição de tudo, afinal.
Dessa forma, apenas vou fazer - atrasado, mas vou - o que manda o tal meme-sem-definição. Não deve ser muito difícil, né?

• Selecionar 10 coisas que você ama [difícil seria selecionar pessoas. Não é que eu ame tanta gente assim, mas como as que eu não amo se sentiriam ao descobrir? Eu não sou falso, mas a minha educação muitas vezes é confundida simpatia ou afeto];
• Indicar o meme para 5 pessoas diferentes [difícil seria mandar o meme para 5 pessoas iguais, né?].

Bom, vamos lá.

1 - Cinema: eu sou um apaixonado pela sétima arte. Não precisa ser cinema propriamente dito, pode ser a sessão da tarde na TV, deitado no sofá, comendo pipoca e tomando cerveja. Eu gosto de assistir toda forma de filme, mesmo que o filme seja ruim, só pelo prazer de expor minha opinião crítica depois. Mas é claro que eu prefiro assistir filmes que eu gosto - os quais eu revejo milhões de vezes. Meu filme preferido tem cheiro de naftalina, mas é um espetáculo que vale a pena ser visto: Sunrise: A Song of Two Humans (ou Aurora, em português). E sim, eu sou um cara sentimental.

2 - Música: minha vida é uma jukebox, e a cada momento cabe uma música especial. Infelizmente, eu não sou muito eclético e nem muito nativista. Do Brasil, gosto de poucas coisas. Um pouco Chico Buarque, Caetano Veloso, Elis Regina... Mas em geral, gosto de bandas estrangeiras. Pra mim, a Inglaterra será sempre a mãe do Rock, mas seus filhos estão por todos os lados (Austrália, Canadá, EUA). Gosto de Rock em geral, metal clássico e de música erudita. Sim, eu sou um desses nerds que tem Mozart, Bach, Chopin e Brahms no iPod.

3 - Desenhos animados: para o desespero da minha mãe, eu esqueci de crescer nesse as aspecto. Quando eu era menor, eu fingia que estava doente para não ir pra aula e assistir os desenhos pela manhã no SBT. Cansada de ter que lidar com isso, ela me colocou para estudar a tarde. Não funcionou, eu sempre ligava com uma desculpa, pedindo para voltar antes pra casa... De jeito nenhum que eu ia perder os desenhos da manchete! Hoje me dia tenho gravado todos os episódios dos meus desenhos preferidos, só não assisto mais Cartoon Network porque esses desenhos novos são muito chatos. Pobres das crianças de hoje em dia!

4 - Silêncio: apesar de ter dito que cada momento na minha vida tem uma música especial, às vezes, a única música que eu quero ouvir é a do silêncio. Odeio quando minha casa está cheia de gente e fica aquela barulheira insuportável, e odeio quando o silêncio é quase absoluto e tem apenas uma torneira pingando, um alarme de um carro na rua, o telefone do vizinho tocando... essas coisas são muito irritantes. Gosto de dar um tempo sem zoada e ouvir apenas meus pensamentos.

5 - Tocar instrumentos: ouvir música é completamente diferente de fazer música. Nesse segundo, a sensação de prazer é indescritível. Atualmente eu toco Violão, Guitarra, Viola e Cello, mas tenho planos de aprender também Contra baixo e Piano. Faço conservatório e participo da orquestra sinfônica juvenil de Salvador e ainda estou esperando pelo dia em que vou realizar o sonho de ter uma banda de Rock (que vingue) para tocar na garagem da casa do meu avô, essas coisas.

6 - Cigarro: não faz bem, eu sei, não é preciso que ninguém me diga isso. E também não precisa dizer aquele velho "se você já conhece os males, porque não para?". Eu poderia dizer que é muito difícil parar, que o vício é grande demais. Mas não vou mentir. Eu até acho que se eu tentasse parar, não conseguiria, mas, sinceramente, eu não quero parar. Muito provavelmente vou me arrepender amargamente um dia por isso, mas por enquanto, eu amo o prazer que eu sinto ao fumar, principalmente quando estou muito tenso ou muito estressado com alguma coisa. É uma válvula de escape.

7 - Namorar: esse não podia faltar. E não é só porque a minha namorada vai ler isso, mas porque eu duvido que alguém ouse dizer que existe felicidade maior do que a que há em um amor correspondido. Tem gente que prefere ficar, tem gente que só fica por falta de opção, mas todo mundo que namora/já namorou, sabe que há uma grande diferença. Namorar não é apenas beijar na boca, não é só sexo ou qualquer outro contato físico; namorar é quando há uma sintonia mútua e um comprometimento de ambas as partes em tornar especial cada um dos momentos em que se passa junto.

8 - Dormir: pra mim é sagrado. Eu posso trocar o dia pela noite, mas em algum momento eu tenho que dormir. Eu tenho um sono muito pesado, o teto pode cair sobre mim que eu não sinto nada. Tem coisa melhor que dormir sem hora pra acordar? Ou melhor que acordar às 6hs da manhã, sabendo que tem que estar na aula dentro de 1 hora e meia, soltar um "foda-se" e voltar a dormir? Melhor que isso, só quando eu dormia nas aulas de português mesmo.

9 - Ler: não é tudo que eu gosto de ler. Odeio ler jornal, revista, ou qualquer coisa informativa. Mas não dispenso um bom livro. Assim como na música, eu prefiro a literatura estrangeira. Tenho um pouco de preconceito com livros infantis ou bobinhos, mas amo ler romances e ficções, principalmente quando são descritivos e bem amarrados. Gosto de livros científicos e filosóficos também, que falem sobre o universo ou sobre o ser humano como ser complexo e pensante.

10 - Viajar: por fim, gosto de viajar. Eu só tirei minha carteira de motorista o ano passado, e ainda preciso esperar um ano para poder dirigir em estrada, mas tenho muita vontade de sair pelo mundo, dirigindo sem um rumo certo, parando em hotéis de beira de estada e conhecendo belezas escondidas que não estão no top 10 dos guias turísticos. Mas enquanto isso não acontece, me contento com uma ou outra viagem de avião. Às vezes eu aprecio mais a viagem em si, do que o lugar de destino. Gosto da sensação de entre o "de onde eu vim" e o "pra onde eu vou", gosto de estar "lá" sem pertencer.

Ps: só pra esclarecer, essa lista não está em ordem de preferência. Gosto é algo muito dinâmico... Hoje eu posso amar mais namorar do que fumar, amanhã, se o namoro me der dor de cabeça, ou posso achar que fumar é bem mais prazeroso.
Ps²: eu sei que eu poderia ter apenas citado as coisas que eu gosto, mas quis falar um pouco sobre elas.

A segunda parte do meme agora:

Indico o meme para Cadu, André, Andressa, Marina e Natália.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Deletei o meu orkut

Há 5 anos atrás, me apresentaram o orkut. A princípio eu pensei: "que coisa chata". Porque eu conversaria por recados se podia conversar pelo MSN? E foi pensando assim que eu decidi que não faria esse tal de orkut.
Mas o tempo passou, e no colégio todo mundo que eu conhecia, após poucos minutos de conversa desinteressante, vinha com a mesma pergunta: "qual o seu orkut?" - percebam que a pergunta não era se eu tinha orkut, porque as pessoas já pressupunham que eu tinha um orkut. "Quem é o anti-social que não tem orkut?". Até os professores começaram a passar o orkut deles nas aulas, dizendo que era um instrumendo facilitador, e que os alunos poderiam mandar suas dúvidas pro scraps.
Foi então que eu, após resistir por 2 longos à essa epidemia, decidi me render. Fui lá e fiz o orkut. Agora eu já não achava tão chato assim... Eu podia ver quem visitava meu perfil, podia ver as fotos do pessoal e até me divertia em algumas comunidades. Minha primeira comunidade foi: "nunca terminei uma borracha". Eu nunca terminei uma borracha de fato, e fiquei boquiaberto ao ver que mais 25 mil pessoas também nunca tinham terminado uma borracha! Foi então que eu me empolguei. Pedi o orkut de todos os meus contatos do MSN, incentivei meus amigos mais undergrounds a fazer, e até conheci umas meninas por uma comunidade de timidez. Quer dizer, foi através dessa comunidade que eu descobri que minha timidez podia não ser assim tão ruim.
Mas um belo dia, quando eu fui tomar café na frente do computador - coisa que costumava fazer com muita frequência -, o meu orkut não entrou. Deu erro! Eu tentei novamente, e de novo e de novo, e nada. Mais tarde, indignado porque tinha deixado usn 20 scraps sem responder na noite anterior, eu vi que tinha recebido um e-mail do orkut, dizendo que eu tinha violado uns termos do orkut, e que tinha conteúdo adulto e impróprio no meu perfil. Aí sim eu fiquei indignado! Eu tinha umas comunidades como "sempre quis tirar uma calcinha com a boca", mas fora isso, meu orkut era completamente inocente.
Com tanta indignação, eu decidi que não faria orkut novamente. Mudei pro Myspace. O problema é que eu não conhecia ninguém que tinha Myspace, e essa vez não fui bem sucedido em convencer meus amigos undergrounds a migrar de site de relacionamento comigo; até porque o Myspace tinha uma fama de ser vício de emo. Eu ainda passei algum tempo no Myspace... O acesso à música era legal e eu tinha encontrado algumas amigas que tinham também. Mas não durou. Logo eu me rendi novamente e voltei para o orkut. Só que dessa vez eu não tive paciência para sair procurando amigos nos amigos dos amigos meus, e as pessoas não me mandavam mais depoimentos legais, porque já tinham mandado antes e tinha sido deletado. Ficava naquela de "não tá no orkut, mas tá no coração". Eu também não tive paciência pra entrar em comunidades, e nem tinha coragem de colocar fotos. Tem coisa mais desagradável que encher um album de fotos no espelho, segurando a máquina? Isso sim é coisa de emo. Além do mais, eu não sou lá essas belezas todas pra ficar me expondo por aí. Já basta isso de poderem me marcar nas fotos, nas quais eu geralmente estou muito feio, porque foto com outras pessoas é uma merda, né? Cada um olha pra si, tá bonito pronto, põe no orkut. Não importa se o cara do lado ta pelado ou com cara de quasimodo.
Bom, mas semana passada, refletindo sobre como o orkut não era mais legal como antes, eu decidi deletá-lo. Disse a minha namorada que ia deletar, mas que ia fazer um profile fake pra ficar vigiando os scraps dela, claro. Ou ela achava que eu ia deixar meu território assim descoberto? Então, com um pouco de pena eu fui lá e deletei o orkut. Apareceu um recado "pode levar até 24 horas para o orkut ser deletado completamente". Eu suspirei e desliguei o pc. Estava acabado. No outro dia, só pra ter certeza eu fui olhar se o profile tinha sumido. E o que aconteceu? Ele estava lá! Como se nunca tivesse deletado. Eu achei que tinha feito algo errado e deletei de novo, depois de passar um tempo refletindo se aquela não teria sido uma segunda chance do destino. Refleti, refleti e concluí que não, orkut não tem nada a ver com destino. Deletei. No outro dia quando fui ver: lá estava ele, de novo. Deletei mais uma vez - dessa vez eu já estava psicologicamente preparado. No outro dia... PORRA! O orkut é imortal? É fenix? Renasce das cinzas? Eu já não aguentava mais deletar o orkut.
Revoltado, eu deletei amigo por amigo - vocês tem noção do trabalho que isso dá? -, deletei depoimentos, fotos, comunidades (esses três últimos não eram muitos), deletei a foto do perfil e deixei só um "M." no nome. E depois de todo esse trabalho, eu descobri que eu poderia clicar na opção "remover todos os amigos".
Sinceramente, meus amigos anti-sociais estavam certos: o orkut é do demo!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

À palo seco

Ontem quando eu voltei pra casa, estava uma confusão na portaria. Havia um carro da polícia estacionado em frente ao prédio e dois oficiais em pé: um pagando de segurança e o outro com um bloco de anotações na mão. Eu fiquei curioso, mas pra não ser inconveniente, eu segui o meu caminho normalmente, como se nem tivesse notado toda aquela estranha movimentação.
Quando eu subi, obviamente, vieram me contar o acontecido. A primeira a falar foi a empregada, que adora uma fofoca. Depois foi minha mãe, que acha "fofoqueira" um termo muito vulgar, e se auto-denomina como "portadora de informações privilegiadas". Elas disseram que o filho mais novo do vizinho do terceiro andar tinha fugido de casa. Disseram isso arregalando os olhos, como se fosse um absurdo. Mas eu ouvi aquilo e fiquei triste. Não por preocupação com os pais do garoto, nem mesmo com o garoto que, segundo minha mãe, estava solto nesse mundo perigoso. Eu fiquei triste porque eu sempre tive o sonho de fugir de casa, mas nunca tive realmente coragem para consumar esse sonho. Teve uma vez que eu cheguei até a juntar uma trouxa de roupas; estava decidido em partir para onde o destino quisesse me levar... Tinha decidido que passaria na casa de um amigo e o convenceria de que a nossa vida era uma mentira, de que tanto comodismo não podia ser real, e que provavelmente existia uma outra vida além da "matrix" em que vivíamos. Mas, se me lembro bem, minha mãe trouxe pizza de calabresa para o jantar - eu simplesmente amo pizza de calabresa -, e foi aí que desisti da minha mais bem sucedida tentativa de fugir de casa.
Hoje, quando eu vejo em filmes crianças fugindo de casa porque pensam que suas vidas são uma "merda", eu penso no que teria acontecido se eu tivesse chegado a fugir. Eu teria deixado um bilhete pra minha mãe:
"Mãe, serei sempre grato por tudo que você fez por mim, mas você sabe que, depois que cresce, o filho vira passarinho e quer voar. Um abraço do seu passarinho filho"
Ou quem sabe eu teria sido mais dramático:
"Mãe, fui embora desse inferno. Por favor, não tente me encontrar"
Eu ficava pensando se minha mãe sentiria minha falta, ou se ela agradeceria por não ter mais que mandar eu desligar o vídeo game de madrugada, por não ter mais que gastar dinheiro consertando minha bicicleta, e por não ter que receber reclamações da diretora do colégio dizendo que eu não fazia as lições.
No ano passado eu saí de casa (pacificamente), passei a morar com dois amigos, e eu descobri que a matrix continuou a mesma, só que com outro endereço. Eu pensei: agora é definitivo, vou viver uma vida independente. Mas o mundo dá voltas, e eu estou de volta à casa da "mamãe". Acho que vou aproveitar para fugir de casa agora, só pela experiência. Será que o filho do vizinho do terceiro andar está precisando de um parceiro?

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Enjoy the silence!

Acho que eu estou começando a descobrir porque as pessoas gostam tanto de ter blog. É bem mais fácil falar as coisas em silêncio.

Desde o meu único último post eu fiquei pensando sobre o que escreveria no próximo. Fiquei vagando de blog em blog (e encontrei alguns muito bons!) e percebi que não preciso de um assunto específico. É como a "estranha" de São Paulo disse: basta escrever a primeira frase que a gente se liberta, e todo o trabalho fica por conta dos dedos. No caso específico de hoje, os dedos e os olhos, porque estou usando o notebook, e eu nunca sei decorado onde são as teclas, principalmente quando são teclas de acentos - elas parecem que se escondem. Mas essa minha dificuldade de adaptação com as coisas novas não se aplica apenas nos teclados. Eu odeio quebrar paradigmas! Gosto de ter uma rotina, gosto de seguir horários, gosto de planejar e acordar sabendo exatamente o que tenho que fazer no dia. É claro que isso dificilmente acontece; a vida é cheia de surpresas, imprevistos, e por mais que a gente trace uma reta única para seguir, sempre acabamos pegando alguns atalhos, entrando em algumas esquinas erradas.
No entanto, apesar de saber que isso nem sempre é possível, eu gosto de me sentir no controle, e as vezes irrito as pessoas com essa minha mania. Por exemplo, quando digo que vou estudar, eu realmente estudo, independente de quantos amigos venham me chamar para sair, ou de quantas meninas fiquem peladas na minha frente (não que isso aconteça muito sistematicamente*). Assim como quando eu digo que vou "curtir", eu acabo encontrando alguma forma de curtição para me envolver, mesmo que esteja chuvendo canivetes ou que haja um grupo terrorista ameaçando explodir uma bomba se alguém sair de casa. E se eu for pensar direito, deve ser muito chato para quem convive comigo o fato de eu ser assim tão inflexível. Talvez eu tente mudar, quem sabe...

*tradução: não acontece nunca.

Ouvindo: Slipknot - Psychosocial


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Breve (não tão breve) introdução.

Ter blog tá na moda, por isso eu fiz um. Não que eu seja do tipo que segue modas, mas quando você vê tanta gente se expressando pelas páginas da internet, você se pergunta porque elas fazem aquilo. E é por isso que eu estou aqui hoje, escrevendo. Para descobrir essa resposta...

Bom, eu não tenho teses filosóficas para questionar, nem escrevo histórias, nem sei rimar, então não espero que eu tenha mais de um ou dois leitores, amigos de amigos meus, porque os amigos mais próximos mesmo têm initmidade o bastante pra dizer que não vão perder tempo lendo/comentando coisas que eu escrevo, quando já têm que me ouvir falar diariamente. Não que eu fale tanto assim... eu na verdade sou bem calado. Acho que uma boa música vale mais que mil palavras inseguras e gaguejadas; por isso eu só falo quando sei exatamente o que quero dizer, muitas vezes depois de repassar mentalmente (um trilhão de vezes) tudo que vai ser dito. Claro que não faço isso com todo mundo... tem gente que faz eu me sentir suficientemente a vontade para falar besteiras, blasfemar e até fazer piadas! em geral, pessoas desconhecidas. Hoje, por exemplo, eu conheci uma desconhecida, e falei mais com ela do que com os outros 28 contatos conhecidos que estavam online no meu msn. Não pensem em mim como um anti-social esquisitão; eu apenas vejo aquelas pessoas todos os dias, e achei interessante falar com alguém que eu nunca vejo. Mas falando sério, não é estranho que eu vá perdendo a espontaneidade com a convivência? Pra muitos não faz sentido, até porque o mais normal é você se sentir bem com aqueles que te conhecem mais a fundo. Mas comigo é diferente. Parece que quando eu sei que a outra pessoa me conhece bem, imagino que ela tenha sempre expectativas sobre o que eu vou dizer/fazer/pensar e fico sempre apreensivo, pensando se vou decepcioná-la, surpreendê-la ou ser simplesmente indiferente. A ultima opção é a que mais me incomoda. Sabe aquele ditado? Falem bem, falem mal, mas falem de mim. É sério, pode parecer loucura, mas pior que ser zoado ou rebaixado por todo mundo, é ser invisível. Eu já fui invisível um dia. Sabe aquela sensação de que podem sentar no seu colo a qualquer hora porque pensam que o banco está vazio? É, eu já senti. E acreditem, é uma merda. Mas felizmente passou, foi uma ferida que eu coloquei sal - ardeu e curou. Hoje em dia eu dificilmente passo despercebido por algum lugar... Talvez por causa da música que eu toco, pelas roupas que eu uso, pelo meu cabelo bagunçado, ou simplesmente porque meu nariz é grande demais. De todo modo, não faz diferença. Estou feliz por ser alguém. Alguém com uma namorada, apropósito (eu tinha prometido mencionar ela no post! heueheuehue).